Creio
em Deus, assim creio no sol, não somente porque o vejo, mas porque vendo-o vejo
também com ele todas outras coisas. (C.S Lewis)
A fé é uma dádiva do Eterno vai além das
definições primarias existentes, no meu intender a esperança é o segundo passo
do andar em fé. Na compressão de Paulo é Dom espiritual. O apóstolo Tiago na
sua carta aconselho que sabedoria deve ser pedida com fé, em sabedoria a fé a
esperança nos fornece compreensão plena desse entendimento. Sim! A esperança
valida a fé. A esperança é a fé em prática, a plena certeza de que tudo se
encaminha segundo sua vontade e favor. A
esperança nos ancora no chão do invisível, nele está a garantia. Todos as
coisas estão nele, logo nada é fora, por ele todas as coisas existem, uma vez
que foram trazidas a existência nele. O
famoso escritor britânico se encontra com a fé em suas buscas pelo sentido,
sendo ele um grande intelectual ateu mundialmente famoso em sua época, a graça
se manifestou em pura sabedoria ao o impactar e traze luz a sua escuridão
interior.
A frase acima não é apenas um jogo de
palavras mas uma revelação publica da fé, fé que transcende a concepção
etimológica da língua que se pronuncia. A declaração da fé é fruto de um
encontro individual de cada um, no encontro está a decisão consciente de
caminhar em transformação diária até a estatura do varão perfeito. Esperança e
fé andam intrinsecamente, um completo poder que enche o interior de força e
coragem enquanto caminhamos. A jornada do homem é uma oportunidade de discernir
e perceber além do que os olhos podem ver. Shakespeare através da usa obra
manifesta uma verdade interessante: “Há
mais coisas entre o céu e a terra do que pode imaginar nossa vã filosofia”.
(Hamlet) Assim creio que Deus nos
sustenta e nos transborda de certeza na esperança que tudo coopera para o bem
daqueles que nele se completa. A fé é estar ligado, reconectado no entendimento
que Deus estava em Cristo nos reconciliando com nele. A esperança sendo o
segundo passo da caminhada é esperançar, o descansar, cientes que tudo se
ajeita, se entende, se compreende na medida que discernimos nosso propósito.
A religião vigente se utiliza de vãs
filosofias, dogmas, tradições, costumes, tabus e estratégias comercias para
manter uma parcela do povo que está mergulhado na ignorância, sem instrução, e
sem parâmetros lógicos são presas fáceis para pseudos pastores. A fé vinda da
revelação do Espirito nos permite uma consciência que transcende essas
pedagogias transvestidas de evangelho. A mesma graça que nos constrange também
nos discerne diretamente, isso é manifestação pura de Deus, um Pai que
pedagogicamente nos ensina, sua pedagogia se manifesta através de Jesus em seus
ensinos. A fé é a porta, o dom do Eterno aos homens para que o conheçamos e
prossigamos em o conhecer. A fé nos coloca na rota que reconfigura nossa
consciência, que instala a mente de Cristo que ilumina nossa escuridão interna
e transporta para as regiões celestiais em Cristo. Nesse processo somos
perdoados, redimidos, curados, sarados, libertos das prisões psíquicas que nos
impede de evoluir.
Nele todas as coisas são possíveis, nem
sempre compreensíveis pelo nosso limitado entendimento, não teremos todas as
respostas, até porque limitamos nossa expansão quando nos ocupamos das vaidades
da existência, são distrações para o entendimento, é preciso querer, aplicar-se,
pré-disposição intensa para não acomodar na mesmice, mas no entanto lembre-se:
“Tudo é vaidade, nevoa de nada”. Nesse
sentido é expressado que tudo é passageiro, transitório, é preciso discernir,
conhecer o tempo, para este seja utilizado sabiamente com proposito, produzir
frutos dignos de arrependimento. Arrependimento que valida a fé, que fortalece
nossa esperança na medida que nos impulsiona para Cristo. Enquanto a fé
religiosa nos leva ao templo para salvação, a fé segundo o espirito do novo
nascimento nos leva direto a Cristo nosso sumo pastor. Na religião há um
sistema que alimenta a falsa ideia de intermediação, mas uma vez sendo
alcançado por Cristo, não há mais intermediações, Lutero compreendeu e mudou
radicalmente seu tempo, dividindo o mundo.
O encontro com Cristo nos eleva ao
entendimento da pura compreensão que somos pó, feitos pelo sopro Divino a coroa
da criação. A fé tem haver com a percepção de cada em um determinado momento da
vida. É nas incertezas que buscamos respostas, é nos desencontros que buscamos
nos encontrar. É justamente nesse ponto de convergência que a graça se revela
de múltiplas formas para nos salvar de nós mesmos. A esperança e a fé são
conceitos discutidos desde sempre, mas é segundo o entendimento de Jesus que cada
um na sua individualidade a compreende, para ressignificar. A fé conecta e a
esperança sustenta o olhar de todo aquele que anda de fé em fé até o dia
perfeito. Essa perspectiva é caraterizada pelo descansar que tudo e todos estão
sobre seu olhar, isso não significa cruzar braços, mas dar o melhor de si todos
os dias e crer que os resultados virão independente da circunstancias.
Que Deus nos mantenha em fé, em esperança,
no amor e misericórdia até o dia perfeito, hoje e sempre.
Cezar Camargo
Outono – Março/2017
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