“Se permanecerdes na minha Palavra, verdadeiramente
sereis meus discípulos. E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”.
(João 8:31-32)
(João 8:31-32)
A mensagem central de Cristo, a boa nova
é, a reconexão da criatura com o Creador. O termo Creador aqui é, crear, é a manifestação
da Essência (Deus) e forma de existência, essa forma é a misericórdia explicita
na cruz, o cordeiro, o Cristo encarnado antes mesmo que a existência existisse.
Para que esse processo seja iniciado a verdade precisa ser aceita em nós, isso
é possível através da decisão consciente que é desencadeado pelo constranger da
mensagem da cruz. A libertação é um processo continuo até o dia perfeito, na
medida que o evangelho é enraizado, vai se manifestando na prática diária, com
culto racional. Somente uma mente transformada nos permite se opor a tudo que
não seja coerente com a mensagem. O culto racional se possibilita por meio da
conversão, da decisão. Nesse sentido a mensagem nos oferece parâmetro para um desenvolvimento
saudável e sólido.
Portanto, caros irmãos, rogo-vos pelas misericórdias
de Deus, que apresenteis o vosso corpo como um sacrifício vivo, santo e
agradável a Deus, que é o vosso culto espiritual. E não vos amoldeis ao sistema
deste mundo, mas sede transformados pela renovação das vossas mentes, para que
experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. (Rm 12:1-2)
Nesse sentido Carl Gustav Jung é um
considerando um cientista da mente. Em seus estudos desenvolveu conceitos da
personalidade extrovertida, introvertida, arquétipos e a ideia do inconsciente
coletivo, foi psiquiatra e psicoterapeuta suíço que fundou a psicologia
analítica. Suas áreas de influência o ajudaram a se tornar uma grande
referência em diversas áreas de pesquisa do desenvolvimento humano. O conceito
central da psicologia analítica é a individuação, o processo psicológico de
integração dos opostos, incluindo o consciente e o inconsciente, mantendo, no
entanto, a sua autonomia relativa. Assim descreve: “a individuação como o processo central do desenvolvimento humano”,
é nesse ponto que se entende a importância do desenvolvimento continuo para uma
vida intensa, mas leve respeitando as limitações. Jung uso o termo “Individuação”,
para o ponto em que uma pessoa é finalmente capaz de integrar os opostos dentro
de si – suas mentes consciente e inconsciente. Em miúdos individuação significa;
“se tornar o que sempre foi em potencial,
para cumprir seu objetivo original”.
A individuação é um processo necessário de
desenvolvimento da totalidade e, portanto, de movimento em direção a uma maior
liberdade. Entretanto, Individuação é o desenvolvimento do Self, o Self é um arquétipo
e tem a ver com a totalidade, centro regulador da psiquê. Segundo Jung o
aparelho psíquico busca sempre o equilíbrio, é o Self é quem organiza a psiquê,
assim do seu ponto de vista, o objetivo é a união da consciência com o
inconsciente. Assim como o evangelho em nós nos direciona ao equilíbrio, nesse
sentido o evangelho se encaixa como uma luva, ele nos discerne quanto ao nosso
estado consciente e nos liberta de toda repressão inconsciente, é evidente que
isso é um processo diário, de glória em glória até a estatura do varão perfeito.
O equilíbrio nos permite um desenvolvimento coerente, respeito um conjunto de
normas sociais e aceitáveis, tudo isso está na decisão da conversão diária em novidade
de vida no chão da vida. Andar em novidade de vida é andar segundo as
diretrizes de Cristo, é estar submetido ao seu amor inegociavelmente.
De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na
morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do
Pai, assim andemos nós também em novidade de vida. (Rm 06:04)
É necessário ter em mente que, a individuação
poderia ser apresentada como uma espiral na qual os indivíduos permanecem se
confrontando com as mesmas questões básicas, de forma cada vez mais refinada, é
nesse processo diária que nós descobrimos como parte dessa grande teia de
eventos que indiretamente e diretamente nos influencia, tanto no individual
quanto no coletivo. A individuação pode ser entendido como aquele que ocorre
durante toda a vida, como um diálogo entre o ego e o Self, mas diálogo este que
vai assumindo contornos diferentes em cada fase da vida. Assim, podemos falar
de individuação na infância, na adolescência, no jovem adulto, etc. Um dos
passos necessários para a individuação é a assimilação das quatro funções
(sensação, pensamento, intuição e sentimento).
Ao demonstrar as quatro funções, Jung
descreve; “Sob o conceito de Sensação pretendo abranger todas as percepções
através dos órgãos sensoriais; o Pensamento é a função do conhecimento
intelectual e da formação lógica de conclusões; por Sentimento entendo uma
função que avalia as coisas subjetivamente e por Intuição entendo a percepção
por vias inconscientes ... A Sensação constata o que realmente está presente. O
Pensamento nos permite conhecer o que significa este presente; o Sentimento,
qual o seu valor; a Intuição, finalmente, aponta as possibilidades do “de onde”
e do “para onde” que estão contidas neste presente... As quatro funções são
algo como os quatro pontos cardeais. Tão arbitrárias e tão indispensáveis
quanto estes. ” Jung (1971a: 497) Segundo Jung, dentre as quatro funções
psíquicas, existe sempre uma preferida pelo sujeito. Em virtude de seu maior
uso, esta função torna-se mais desenvolvida e diferenciada. Existe, pois, uma
tendência de utilizarmos o nosso lado mais apto. A função dominante surge pelo
exercício e pelo desenvolvimento continuo. Sim! Isso significa o aumento das
capacidades ou das possibilidades, pois podemos desenvolver o nosso potencial.
Segundo Denize Dutra, Consultora Sênior do
Instituto MVC, o autodesenvolvimento não se restringe apenas à “gestão da
carreira”. Este é um importante aspecto, mas existem outros que são
preliminares e, por isto, mais genéricos. O autodesenvolvimento engloba algumas
etapas essenciais. Assim esteja sempre pronto há uma autoanálise, em segundo buscar
ajuda e participação de pessoas que possam contribuir para seu autodiagnostico,
através de feedbacks eficazes, em terceiro lugar defina os objetivos e métodos
mais adequados para atingi-los. E por última ação. Sim! Agir, porque não
adianta ficar só na intenção; é preciso canalizar a energia e partir para ação,
aqui se estabelece uma vida altamente produtiva, a alta performance. Mas,
afinal o que é alta performance? Segundo os dicionários o significado de alta
performance é: atingir todo o seu potencial e poder desfrutar de tudo que suas
habilidades possam proporcionar. Em seu livro Roberto Morais Batista, “MONTANDO
E MANTENDO O $EU PRÓPRIO NEGÓCIO”, aborda o conceito da alta performance,
segundo ele é, ir além do que é esperado; é estabelecer os mais altos padrões
pessoais, os quais excedam o que as outras pessoas exigem ou esperam de você.
Pessoas que têm alta performance não só organizam a fila, mas, também, vão à
busca do porquê da fila, ou seja, procuram as soluções para os gargalos
existentes nas empresas. Os funcionários de alta performance são
invariavelmente pessoas que apresentam perfil empreendedor e não trabalham para
si mesmas, mas, sim, utilizam as suas atitudes empreendedoras em prol dos
clientes, das equipes e da empresa.
Quando falamos em autodesenvolvimento,
alta performance estamos entendendo que o indivíduo assuma, ele mesmo, a
responsabilidade por este processo evolutivo, através da busca pessoal de
recursos e condições, que lhe permitam reconhecer que hoje está melhor que
ontem, e ter a certeza de que, amanhã, estará melhor que hoje. As altas
performances se mantem com continuidade, mas com leveza e acima de tudo
buscando sempre estar em paz consigo e com o mundo a sua volta, apesar de todas
as implicações da vida. A consciência para um verdadeiro autodesenvolvimento se
estabelece na verdade, a boa consciência dá parâmetro, ética e responsabilidade
para se viver de forma lucida, e a boa consciência a fé nos mantém a esperança.
A fé nos conecta com o divino, o creador de todas as coisas, pela fé nos
mantemos quebrantados em todos os processos e fazes da vida.
Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra
qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus. (1 Coríntios 10:31)
Nada terá sentido se Cristo não for centralizado em nós, tudo é graça,
tudo está nele, ele em tudo está. Todo o processo de desenvolvimento nos conduz
para uma vida cada vez mais produtiva, a dita “auto performance”. Em miúdos é,
viver de forma intensa para colher resultados cada vez mais satisfatórios. Que
Deus nos conduza segundo seu espírito em caminhos seguros enquanto nos
desenvolvemos, que seu amor nos preencha todos os dias até o dia do
entendimento.
Cezar Camargo
Verão – Março/2018
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