“A única prisão
perfeita para o pensamento é a distração"
(Patrice
Francisco)
Você sabia de o facebook é o centro de
1,4 bilhões de pessoas? Dentre todas, em verdade o facebook é a maior
distração, como também é sem duvida uma das excelentes ferramentas na interação
social. Só no Brasil 30% tem no facebook usa fonte primaria de noticias e
informações. Em tese 100% não fazem ideia que esta ferramenta criada por Mark
Zuckerberg e colaboradores edita o que eles vêem em sua timelines. Acredita-se
que os cientistas de dados sociais têm acesso a 20% da população mundial, sabem
o que curtem, compartilha, comenta, consome, lê se interessa em quem vota o que
come, com quem se relaciona, o que compra, o que ama, e outros que diariamente
se despeja no facebook. Segundo matéria da jornalista Bia Granja da revista
Galileu/Junho-2015, essa inteligência é capaz de prever resultados de eleições.
Ela de fato pode ser vendida para marcas, governos e organizações.
O facebook tem tomado medidas centralizadoras,
questionáveis, criaram um projeto para levar internet gratuita às populações
carentes. É bem verdade que a pessoa não ganha acesso a toda internet, ganha
acesso ao facebook e outros sites veiculados. A presidenta Dilma Rousseff se
reuniu no Panamá durante a “Cúpula das Américas”, com o criador e presidente do
Facebook, Mark Zuckerberg, para anunciar uma parceria, que tem como objetivo, levar internet gratuita
à população brasileira de baixa renda. O acesso será limitado a alguns serviços
que o governo vai disponibilizar na área de saúde e educação, por exemplo. A
parceria ainda será detalhada. Mas é bom salientar que não se pode conhecer o
mundo pelo olhar de uma única rede social, sem ao menos experimentar a
verdadeira web, que é de fato livre.
A socióloga Sherry Turckle do Instituto
de Tecnologia de Massachusetts entende que “a
vida virtual nos permite escondermos dos outros”. E que a “A tecnologia é sedutora quando o que
oferece preenche nossas vulnerabilidades humanas”. Em suma as vulnerabilidades se referem às
dificuldades internas vivenciadas ao longo da vida. Algumas desde o nascimento,
outras são dificuldades emocionais que aparecem durante a vida e se desenvolvem
conforme a pessoa absorve crenças irracionais ou passa por experiências ruins e
desilusões. Esconder-se da realidade é um caminho perigoso, ate porque a
virtualidade é uma areia movediça. Não existem métodos seguros para se viver online 24 horas por dia. "A vida se vive pisando o chão da realidade". No centro Integrado dos Transtornos do Impulso
do Hospital das Clinicas, em São Paulo, a Psicóloga Dora Sampaio Góis que monitora
o Programa de Dependência Tecnológica, atende pessoas diariamente que perderam
o elo com os amigos e só conseguiam cultivar os virtuais. Ela diz uma coisa
interessante: À internet não muda a índole
de ninguém, o que vicia é a possibilidade de melhorar o conceito sobre si
mesmo. Ai é o que aumenta a solidão. O verdadeiro mal está dentro e não
fora. Todo mal materializado antes foi gerado no pensamento.
Uma pesquisa americana com 2.000 usuários
de smartphone divulgada em Abril mostrou que 47% dos jovens entre 18 e 29 anos,
se utilizam deste dispositivo para evitar pessoas. É inegável que esta geração
não só está deixando as relações de lado, como também tem aversão ao calor
humano. Dados registram que o uso do celular no trânsito aumenta em 400% o
risco de acidente. O maior desafio para esta geração é encontra um equilíbrio. A
era da informação tecnológica tem muito a oferecer, comunicação rápida e
informação na palma da mão. O psicólogo americano Stanley Milgram já em 1970
constatou em seus estudos, que as pessoas ignoravam outras ao redor
simplesmente pela impossibilidade de dar atenção a todos elas, é exatamente como agem hoje em relação ao mundo conectado. Mas te pergunto porque falar com inúmeros contatos ao mesmo tempo? Interagir com diversas redes ao mesmo tempo? Que loucura! E porque na contramão dessa questão estamos tão reservados? Não
porque somos conservador, mas porque preferimos nos fechar em nossa reino da fantasia, a falsa ilusão do perfeito pseudo mundo virtual. São tantas questões envolvidas. De fato precisamos crescer!
O professor Jerônimo
define bem isso: “Há pessoas que vivem em
solidão, porque construíram muros em trono de si, ao invés de pontes ligando–as
a outros”. Este muro é sustentado pela falsa sensação de estar conectado. Estar
conectado é uma relação fantasiosa perigosa. É preciso ao conectar lembrar-se conscientemente
que nada é o que é. Estamos vivendo a “era da individualização” e a possibilidade de inúmeras conexões
permite isso. A realidade se vive no contato físico, no abraço, olho no olho,
no calor humano. A fantasia é ilusória, e nela não há o que viver. Segundo
pesquisas 73% dos brasileiros que possuem celulares não saem de casa sem o
aparelho. E mais de 90% dos usuários usam o dispositivo para entrar na internet
o fazem com outras mídias. Em geral 83% não abrem mão do celular no
restaurante, e para finalizar 96% utilizam o smartphone em casa. As novas
gerações de adolescentes já nascem conectadas. É a chamada geração Z. O que
será da geração Z no futuro?
“O
mundo não precisa formar mais gente que pense igual aos outros, precisa de
gente que pense diferente.” (Denis Russo)
Pensar diferente, este é o caminho, paradigmas
precisam ser quebrados de tempos em tempos. As novas idéias precisam ser valorizadas,
posta a prova. É preciso debater, ouvir os sábios e incentivar os jovens. A boa
educação e os avanços da pedagogia são ferramentas essências para um futuro promissor.
Um retorna a humanidade, o exercício da humanidade perdida dentro de cada um, é
um excelente e bom caminho para a boa convivência. Em verdade todos concordam
em relação aos malefícios da pós-modernidade e suas implicações. A pós-modernidade é um conceito da sociologia
histórica que designa a condição sócio-cultural e estética prevalente no
capitalismo após a queda do Muro de Berlim (1989). Toda mudança é bem vinda,
desde que seja moderada e equilibrada. Ela deve possibilitar o progresso
constante do bem estar social individual e coletivo. Esta é a geração dos
zumbinets assim defino. A geração daqueles que não dão um passo sem estar conectado. É uma distração que deixa o portador alienado. A distração sem controle é prejudicial ao
desenvolvimento mental. Ela prende o individuo no vazio existencial. Uma droga, com efeitos devastadores.
“É
preciso andar pisando o chão da realidade, a fantasia é um chão sem estruturas,
não há alicerces para construir coisa alguma”. (Eu)
Cezar Camargo
Primavera – Setembro/2015
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