O marido pague à mulher o que é lhe
devido (devida benevolência), e da mesma sorte a mulher ao marido. (Paulo aos Coríntios 7:3)
Na versão católica: O
marido "cumpra o seu dever" para com a sua esposa e da mesma forma também a
esposa o cumpra para com o marido.
O que lhe é devido...
São palavras que representam um eufumenismo para “relações conjugais”, Paulo
usou para suavizar o sentido, embora o sentido seja claro. Algumas traduções dizem;
A devida benevolência... Mas há uma melhor
tradução que diz; “direitos conjugais”.
A variante textual em alguns manuscritos “devida benevolência” ou “devida
bondade”. O arcebispo de Constantinopla João Crisóstomo usou o termo “honra devida”. A conjugalidade plena requer a devida benevolência e honra a fim de
haver harmonia, embora esta expressão seja secundaria segundo alguns
estudiosos.
Em
relação à terminologia “Benevolência” é uma das traduções usuais da palavra em
sânscrito Maitri significado amizade, fraternidade. Em suma benevolência é um
substantivo feminino com origem no latim benevolência, que expressa à qualidade
de alguém que é benevolente, ou seja, demonstra afeto e estima em relação a
alguém. Benevolência significa demonstrar bondade ou boa vontade em relação a
outras pessoas, revelando altruísmo e empatia. De acordo com Marcel Granet,
"benevolência" no Confucionismo significa “á vontade e o ato de fazer o bem”.
Partindo
deste termo esta inclinação deve ser permanente e é evidente que o amor é o combustível
que permite a essa engrenagem o bom funcionamento. O
ato de fazer o bem gerado da vontade de honrar, proteger, suprir, cumprir na
integra o voto de companheirismo permite que a relação crie raízes. Não importa
qual seja o termo que se possa utilizar para definir, em essência o papel dos cônjuges
na relação, o mais importante é que se o sentimento que permite a decisão de
assumirem uma vida juntos, seja plena a ponto de criarem sinergia, que possibilitara
o desenvolvimento de todos os outros ingredientes da relação.
A
versão católica usa o termo “cumpra seu dever”, pensando nisso é preciso
entender e compreender, os cônjuges devem assumir toda responsabilidade requerida
na relação, não porque são obrigados, mas porque decidirão amar. O amor é o
sentimento mais lindo de Deus derramado aos homens. Não dever ser por obrigação,
mas por prazer. É preciso ser benevolente, é preciso estar possuído pelo de desejo
de fazer o bem, é preciso estar possuidor pelo sentimento que permite abrir mão
de si, para poder compartilhar o caminho a dois. O cumprimento do dever
conjugal se torna prazeroso, quando os cônjuges decidem na alma estarem juntos
por toda a vida. É uma construção diária que vai se firmando, criando raízes,
amadurecendo em todo tempo e em tudo.
É
preciso ser benevolente, é preciso ser cúmplice, é preciso dialogar sem pressa,
é preciso perdoar, pedir perdão, desaprender para reaprender, é preciso ser pratico,
é preciso ser leve, ter bom senso, coerente, ser justo. É preciso amar... Atitudes simples? Não! A convivência conjugal
é escola diária, nela estamos sempre sendo surpreendido pelas situações
adversas, o amor tem todos os dias à oportunidade de ser exemplificado, ele só
é validado pela ação.
A poesia dos versos só é bela se for materializada. O lindo
só é lindo se for bom. O eu te amo só é verdadeiro se for acompanhado de
cumplicidade plena. Assim o casamento é bom quando faz bem, e se não fizer bem então
não é bom.
Os
cônjuges em amor se completam, não seguem cartilhas, nem manuais, mas vivem
segundo a as inclinações do amor. Se o amor for entendido e compreendido então
a relação amadurecerá constantemente. O amor
é entendido e compreendido quando é construído pelo desejo, desejo que permite
o compromisso, compromisso que permite o namoro, que permite o noivado, noivado
que permite a confirmação que já foi decidida na alma. Decisão que permite o
casamento. Assim ambos paguem o que lhe é devido, sejam benevolentes em todo
tempo. Lembre-se o amor é responsável, o amor é cuidadoso, o amor é acima de
tudo uma decisão de amar.
Paulo
aos Coríntios:
Amor é sofredor, é benigno; o amor
não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta
com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; Não
folga com a injustiça, mas folga com a verdade; Tudo sofre tudo crê, tudo
espera, tudo suporta. O amor nunca falha. (1 Coríntios 13:4-8)
Que
Deus em Cristo aperfeiçoe em cada um seu amor, que nos permita amadurecer o
mais alto gral da essência do amor. Que por este sejamos benevolentes
exemplificando Deus em tudo e em todo tempo, em amor, justiça e misericórdia.
Cezar
Camargo
Outono - Abril/2015
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