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SINCRONICIDADE

E sabemos que todas as coisas contribuem (sincroniza, contribui) juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. (Romanos 8:28)  

Sincronicidade é um conceito desenvolvido por Carl Gustav Jung para definir acontecimentos que se relacionam não por relação causal e sim por relação de significado. Desta forma, é necessário que consideremos os eventos sincronístico não a relacionado com o princípio da causalidade, mas por terem um significado igual ou semelhante. 

A sincronicidade é também referida por Jung de "coincidência significativa". O termo foi utilizado pela primeira vez em publicações científicas em 1929, porém Jung demorou ainda mais 21 anos para concluir a obra "Sincronicidade: um princípio de conexões a causais", onde o expõe e propõe o início da discussão sobre o assunto. Uma de suas últimas obras foi, segundo o próprio, a de elaboração mais demorada devido à complexidade do tema e da impossibilidade de reprodução dos eventos em ambiente controlado. 

Em termos simples, sincronicidade é a experiência de ocorrerem dois (ou mais) eventos que coincidem de uma maneira que seja significativa para a pessoa (ou pessoas) que vivenciaram essa "coincidência significativa", onde esse significado sugere um padrão subjacente, uma sincronia.

A sincronicidade difere da coincidência, pois não implica somente na aleatoriedade das circunstâncias, mas sim num padrão subjacente ou dinâmico que é expresso através de eventos ou relações significativos. Foi este princípio, que Jung sentiu abrangido por seus conceitos de Arquétipo e Inconsciente coletivo, justamente o que uniu o médico psiquiatra Jung ao físico Wolfgang Pauli, dando início às pesquisas interdisciplinares em Física e Psicologia. 

Ocorre que a sincronicidade se manifesta às vezes atemporalmente ou em eventos energéticos a causais, e em ambos os casos são violados princípios associados ao paradigma científico vigente. Segundo Rocha Filho (2007), inclusive o insight pode ser um fenômeno sincronístico, assim como muitas descobertas científicas que, de acordo com dados históricos, ocorreram quase simultaneamente em diferentes lugares do mundo, sem que os cientistas tivessem qualquer contato. 

Acredita-se que a sincronicidade é reveladora e necessita de uma compreensão, e essa compreensão poderia surgir espontaneamente, sem nenhum raciocínio lógico. A esse tipo de compreensão instantânea Jung dava o nome de "insight".

Coincidência é o termo utilizado para se referir a eventos com alguma semelhança, mas sem relação de causa e consequência. Por exemplo, jogar uma moeda não viciada e obter três caras consecutivamente é uma coincidência, não existe relação de causa e efeito entre o resultado anterior e o próximo resultado. Quando muitos eventos ocorrem simultaneamente é esperado que ocorressem muitas coincidências também. Pode ser apenas resultado de uma sincronicidade. Em estatística identificar significados para eventos coincidentes é considerado um Erro do tipo I ou resultado falso positivo. 

O ser humano tem uma tendência natural a identificar padrões onde eles não existem e fornecer significados conhecida cientificamente como Apofenia ou Pareidolia. Diversos eventos paranormais e religiosos são baseados em coincidências, especialmente quando lidam com grandes números, pois quanto maior a amostra e o número de opções, maior a chance de coincidências impressionantes. 

Na psicologia ações baseadas em interpretações de coincidências são chamadas de comportamento supersticioso. Já na abordagem da Psicologia Analítica de C. G. Jung, as coincidências são chamadas sincronicidades e podem ser vistas como eventos relacionados e que possuem um significado simbólico. Estatisticamente é muito difícil comprovar que existe uma relação causal entre duas variáveis, pois correlação não significa necessariamente causalidade. São necessários testes empíricos para chegar a uma conclusão de causa e efeito e nem sempre isso é possível.

Bem isso é estranhamente divino, Deus se utiliza de diversas formas inimagináveis em favor do seu plano através de nós. Eu chamaria de cristonicidade (sincronicidade) na cristocidência (coincidência) no curso da existência humana em favor daqueles que amam a Deus. Um olhar bem analítico poderá contemplar a ação dos eventos regidos por ele. Minha vida é marcada por eventos dessa natureza, bendito seja o Eterno por isso. 

As adversidades é um instrumento que molda a serviço da maturidade junto com as benditas coincidências, sincronizadas numa cadeia de eventos a partir de uma ação. Não buscamos entender porque confiamos nele, nossa fé é suficiente para crer.

Olhando a biografia de José, nota-se que ao receber de presente aquela túnica com mangas coloridas como era de costume dos Beduínos da época presentear o filho preferido, isso desancadeo uma sequencia de fatos que Jacó jamais imaginaria. Os irmãos odiavam e nem mesmo havia dialogo entre eles, os sonhos que se seguiram, o fato de José relatar ao pai tudo que ocorria no campo. Uma cadeia de sincronias se inicia desde então, indo em direção ao propósito maior determinado por Deus, somente depois de mais de 20 anos Jose entendeu o plano do Eterno. 

No capitulo 45 do Gênesis a consciência de José contempla todo plano dizendo:

Peço-vos, chegai-vos a mim. E chegaram-se; então disse ele: Eu sou José vosso irmão, a quem vendestes para o Egito. Agora, pois, não vos entristeçais, nem vos pese aos vossos olhos por me haverdes vendido para cá; porque para conservação da vida, Deus me enviou adiante de vós. (Gênesis 45:4-5).

Em diversas partes das escrituras existe essa sincronicidade estabelecida a serviço do Eterno. Em minha percepção José é o mais evidente caso relacional. Pensei em Judas, que fardo e destino carregou este ser a serviço da humanidade ao entregar por 30 moedas de prata o filho do carpinteiro, o beijo no jardim selou o destino de todos, desencadeou uma sequência de fatos sincronizando os fatos já profetizados. Em sua mente jamais viveria em paz, o suicídio lhe parecia à única salvação, alegria para nós, a desgraça de Judas, conhecido como o filho da perdição. 

As opiniões se divergem salvo ou não salvo, não vem ao caso nesta reflexão. A questão é o homem mais equilibrado segundo a psicologia moderna, tesoureiro da comitiva Apostólica, se frustrou, não compreendeu que a missão de Cristo era restaurar o espiritual e não o físico. Quando o espiritual religa ao creador o físico criado entra em harmonia. Era preciso, estava determinado a ação de Judas.

Diariamente os fatos a nossa volta entra em sincronia, as coincidências vão se abrindo a nossa vista. Paulo de Tarso evolui a tal ponto de compreender, decodificar, e explica de forma maravilhosa a graça. Ele declara certa vez; E sabemos que todas as coisas contribuem (sincroniza, contribui) juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Logo tudo trabalha ao nosso favor, não diz algumas, diz tudo, isso mesmo tudo coopera. 

O Eterno, arquiteto de tudo e de todos, de forma magistral e inatingível vai sincronizando tudo em favor do bem estar, seu cuidado garante qualidade de vida, seus mandamentos, preceitos, gera em cada um, vida com abundancia. Tudo isso não vem da letra, mas do crescimento nele. Nossa relação aumenta quando descansamos, nossa percepção é aguçada a visualizar as coincidências decorrentes da sincronia em ação conforme a vontade do Eterno.

Paulo o Ap. aos Coríntios declara;

Em todos os planos o sim e o amém (que assim seja), por meio do filho para louvor do Eterno. Tudo esta constantemente sincronizada para o nosso bem, tanto o ruim como o bom vem dele, por ele e através dele.  A vida segue seu curso no caminho da ego-periferia, até encontrar com Cristo no caminho. A partir de então uma maravilhosa em cadeia se inicia do interior, rios de água viva flui materializando vida. Tudo vai se completando, restaurando naturalmente para o bem da vida. 

Quando a vida entra em sincronia com Deus, se estabelece tudo necessário, tudo passa a fazer sentido, e todo sentindo tem um porque e para que.

Conselho de Jesus aos talmidins;
(Mt. 06,33-34)

Centralizar o reino é alinhar a sua justiça, é não se inquietar com o amanhã, cada dia trará seu mal, tudo foi estabelecido para sincronizar a partir do encontro, tudo foi colaborando para este encontro.

Pois de antemão os predestinou, chamado, justificando, para glória dele.
(Rm: 8.30)

Relaxe, descanse, acalme-se, tudo sincroniza, coincide a favor para o bem daqueles que são chamados segundo o seu propósito de amor e graça diante daquele que é. O Espírito Santo nos viabiliza, sincronizando o plano dele para que através de cada em comunhão com o corpo o Reino seja estabelecido. 

Cezar Camargo  

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