Estar em oração é quietar a alma, desligar-se
do mundo exterior, silenciar os barulhos, guardar todos os sentidos, ouvir o
eterno no silêncio. Momentos com Deus é naturalmente comum para aqueles que
morreram e foram Cristificados. Neste momento tudo é poeira diante da revelação
dele em nós, nossa consciência evoluída deixa sensível a sua voz, começamos
identificar ele em tudo a nossa volta, tudo faz sentido, e tudo tem um sentido
e razão de ser. Falar com ele por obrigação ou medo é para os néscios, falar
com ele por quem ele é para os sábios, essa sabedoria só o tem aquele que o
encontrou no caminho do evangelho.
Seu conselho na versão de Marcos para “olhar”,
“vigiar” e “orar” (Mc: 13,33) só o é compreendido quando a graça se torna
alimento diário. Para mim elas se completam, quem ora vigia, quem vigia é por
que ora, e quem vigia e ora é porque tem olhar perceptivo. Em oração tudo é
entendido, tudo se aquieta, o interior se enche de paz Crística.
Amanhecer com Deus não tem preço, experimentar
seu colo é para quem desprende de tudo que é material, esvaziar a mente do
“ter” e mudar para o “ser”, “ser” é materializar o reino, “ter” é viver segundo
a materialidade, chamado por alguns de carne. Ver um novo dia com a alma nele é
sensacional, o planeta terra está doente, a busca por descobertas e conforto nos
destrói aos poucos, sistemas em geral estão cada vez mais corruptos tudo isso
foi nos revelado em carta, em dores de parto o universo é revelado ao homem dia
a dia, nele somos confortados a respeito de tudo.
O homem natural desperta agitadamente em busca
de entretenimento, o homem espiritual desperta em paz, pois em paz se deitou, a
busca do natural é porque é vazia, a paz do espiritual é porque é Crística, e
está cheio da graça do evangelho. A naturalidade do homem espiritual é fruto de
um relacionamento com o eterno através de momentos de quietude, a agitação do
homem carnal é fruto de um caminho carnal fundamentado em seus valores gerados
pela carne dominado pelo material.
A decisão de uma vida de oração dá força para
derrotar as trevas interiores através do evangelho puro e simples. Aquietar em
oração e passar todos os direitos de vida a quem é de direito, é voltar ao pai
como o filho prodigo.
Uma vida de oração gera valores que produzem vida, a vida
é como fumaça entre a fechadura, é transitório, tudo é vaidade, somente sua
direção é real, sua voz é real, é como trovão para calar a tempestade, mas é
como brisa suave nas provações do deserto. Te-ló como pai é para todos aqueles
que por ele foram gerados pelo espírito de Cristo, somente estes podem compreender
o real propósito em oração. Este processo não para perfeitos é sim para
dependentes da sua graça em Cristo pelo evangelho.
Somente uma coisa se faz necessário, ele em
nós, para glória dele, que seja abundante seu amor, sua compaixão,
misericórdia, mansidão, benignidade, longanimidade, com seu espírito selados para
a eternidade nele. Seja onde for viver para ele, como Paulo viver é
lucratividade, morrer é ganhar direito de estar com ele, para quem vive em
oração tanto faz viver ou morrer, a oração nos liberta da materialidade, a
oração eleva o entendimento, o silenciar para ouvir Deus, nos tira da
mediocridade.
A oração nos transporta da roda de raminsters
a uma vida de servidão pela graça, por ela é revelada seu plano, por ela somos
alertados a respeito de nossas trevas interiores, por ela a palavra se revela
ao som da consciência nele. Quietude só a conhece, quem tem vida de oração,
vida de oração só tem quem o tem, só o tem quem o conheceu, e quem o conheceu
nunca mais foi o mesmo. A paz que excede todo entendimento é
compreendia pela oração, nele, com ele, para ele.
Cezar Camargo
Teólogo, Psicanalista
Consultorias & DH
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