No
amor não há medo antes o perfeito amor lança fora o medo; porque o medo envolve
castigo; e quem tem medo não está aperfeiçoado no amor. (1
João 4:18)
Acredito que a percepção, a forma de discernir
as pessoas indicará se confio ou desconfio. A desconfiança nasce do medo, o
medo é fruto das frustrações, uma traição seja de um amigo (a) ou da pessoa
amada, deixa à alma machucada, o coração partido, perdemos o chão e o sentido
de respirar, mas ele em verdade restaura nosso sentido e nossas emoções. A
desconfiança turva o olhar da realidade, o desconfiado perde o senso comum de coerência.
A desconfiança leva ao isolamento, mas o amor aniquila a desconfiança quando me
encontro no amor, em Deus. A desconfiança amargura a alma, mas confiar permite
restabelecer laços seguros. Uma das principais falhas nos relacionamentos que
leva ao fracasso é quando há desconfiança (ciúmes). A desconfiança adoece a
alma e com o tempo somatiza dores diversas. O amor é o caminho para perfeição,
nele o medo não tem espaço, nele somos aperfeiçoados enquanto existimos e sendo
moldado pelo amor sou melhorado na medido que exerço o amor, no exercício do
amor Deus em mim se manifesta.
Segundo o psicólogo português Armindo
Freitas Magalhães criou, em 2009, a pioneira Escala de Percepção do Medo (EPM).
O medo é uma sensação que proporciona um estado de alerta demonstrado pelo
receio, geralmente por se sentir ameaçado, tanto fisicamente como
psicologicamente. O medo pode se transformar em uma doença (a fobia) quando
passa a comprometer as relações sociais e a causar sofrimento psicológico. A
técnica mais utilizada pelos psicólogos para tratar o medo se chama “Dessensibilização Sistemática”, com ela
se constrói uma escala de medo, da leve ansiedade até o pavor, e,
progressivamente, o paciente vai sendo encorajado a enfrentar o medo. Ao fazer
isso o paciente passa, gradativamente, por um processo de reestruturação
cognitiva em que ocorre uma reaprendizagem, ou ressignificação, da reação que
anteriormente gerava a resposta de alerta no organismo para uma reação mais
equilibrada.
Nesse aspecto abordo a questão psicológica,
e nesse texto quero refletir sobre “desconfiança”. A desconfiança tem raiz na falta de auto-estima,
gerando um desequilíbrio emocional. A auto-estima surge da auto-imagem positiva
que temos de nós. Segundo o psicólogo Miguel Lucas, a autoestima não se
constrói na passividade, nem quando pensamos que vem dos acontecimentos
exteriores, a autoestima desenvolve-se no mundo real. O que se pretende é uma
construção sólida, e isto só é possível a partir do nosso interior.
Logo penso que a construção positiva
interior e o olhar muda de maneira significativa, quando se decida mudar o
padrão de pensamento, para isso é preciso estar pré-disposto ao
autoconhecimento. Com base na minha experiência pastoral e agora no Life Coaching,
o amor próprio é o caminho para restauração da autoconfiança, todo essa
reconstrução se inicia no autoconhecimento que gera autoentendimento, e que
permite autodesenvolvimento. No estudo orientado tenho conhecimento para
entendimento, e no entendimento ganho ferramentas para desenvolver no todo, e a
partir desse processo escolho uma direção para aperfeiçoar habilidades, se em
cada etapa a plena atenção for exercitada então os resultados serão extraordinários.
Tenho estudo e trabalhado a espiritualidade
de muitos que me procuram nesses últimos 10 anos e sempre lhe afirmo, o entendimento
consciente produz compreensão do amor, e no amor o medo é dissipado, e em Deus nos
completamos. Logo estando em Deus à transformação é de dentro para fora. A
autoconfiança tem sinônimo, suas características comportamentais é assertividade,
clareza, transparência, firmeza, posicionamento, autoestima e objetividade. Para
que esses aplicativos sejam restaurados é preciso recuperar ou adquirir amor próprio,
e uma das coisas mais fantásticas do encontro com Deus é que a partir do evangelho
entendo o verdadeiro significado da vida, minha estrutura psíquica é restaurada
em Deus, e em amor sou curado para a vida nele.
Quando entendo ou restauro o amor próprio,
me torno confiante, e confiar me permite criar laços de amizades. O caminho
para desconfiar e confiar. Confiar gera encontros, desfaz desencontros. Um
coração pacificado confia, logo quem confia é pacificado. Confiar nos permite
dormir o sono dos justos, no sono da confiança está certeza que o amanhã será
melhor do que hoje. A confiança cria uma base sustentável nos relacionamentos,
que é a cumplicidade, o comprometimento de andar juntos na mesma direção apesar
de todas as imperfeições da cada um na sua individualidade.
Para terminar replico aqui o comentário de
Russel Normam Champlim: É o amor que opera o bem em nosso favor (João 3:16). Pelo
que, tendo a consciência de sermos amados por ele, nada tememos, nem temporal
nem eternamente, confiamos que de algum modo
porque ele nos ama. Tudo cooperará juntam ente para o nosso bem. (Rm. 8:28) Se
o amor de Deus atua por nosso intermédio, de modo a amarmos ao próximo, no
estado espiritual de desenvolvimento que faz isso tornar-se uma realidade,
teremos nossa confiança reforçada; e assim saberemos que nenhum mal pode
sobrevir a um homem bom. O medo é cultivado quando nos mostramos egocêntricos. Minha
vida não é espiritual, quando sobrevirá o julgamento? Minha vida é carnal: que aperfeiçoara
em nós o amor. Se nos falta esse perfeito amor, não teremos permitido que o
Espírito Santo forme em nós a imagem do homem ideal. Quanto mais semelhantes
formos ao homem ideal, tanto maior será a nossa liberdade de todo o medo. (vol-6-champlin)
O caminho para confiar é desconfiar, que
o Espírito da verdade revelada no Cristo que nos constrange diariamente,
continue seu trabalhe até o dia perfeito. Por ele somos conduzidos ao homem ideal,
a nova criatura, o novo homem em constantes transformações de consciência para
nele mantermos a fé e a boa consciência. Lembre-se: “Na medida em que o amor vai completando nosso ser todo medo também vai
sendo dissipado”.
Cezar Camargo
Verão – Outubro/2016
Comentários